O presente artigo busca analisar, à luz do art. I(1) da Convenção de Nova Iorque, qual é seu âmbito de aplicação, tanto material como territorial, em especial para determinar o conceito de sentenças arbitrais estrangeiras e das sentenças arbitrais “não consideradas sentenças domésticas”. Para atingir este fim, o artigo parte do exame do histórico legislativo dos instrumentos que antecederam a Convenção, os quais demonstram a evolução das tratativas que redundaram no texto atual, permitindo-se entender as consequências práticas de se classificar uma sentença arbitral como tipicamente estrangeira ou como “não doméstica”. A jurisprudência americana é invocada para ilustrar essas diferenças. Por fim, o “Draft de Miami”, que propõe mudanças ao texto da Convenção e foi elaborado por Albert Jan van den Berg em 2008, é criticamente estudado para verificar se as alterações sugeridas são desejadas ou pertinentes uma década depois, quando a Convenção completa 60 anos.