Embora a arbitragem em matéria de investimento tenha crescido rapidamente na América Latina, como um veículo favorável para resolver as disputas entre os investidores estrangeiros e os Estados receptores, em um fórum neutro e com o mínimo de perturbações diplomáticas, o Brasil permaneceu distante desta realidade. Apesar da importância de investimento estrangeiro direto no Brasil e do crescente número de companhias brasileiras investindo no exterior, o Brasil continuou como o único país da América do Sul que não ratificou a Convenção sobre Resolução de Disputas envolvendo Investimentos entre Estados e Nacionais de Outros Estados ("Convenção ICSID") nem concordou com um contexto favorável à arbitragem direta em caso de conflitos com investidores. Este artigo explora as raízes da tradicional resistência do Brasil em consentir com as arbitragens envolvendo Estado e investidor à luz dos desenvolvimentos globais na área e a crescente importância do investimento direto estrangeiro para o desenvolvimento econômico, e sugere que já está em tempo de o Brasil revisar sua postura por meio de salvaguardas apropriadas para proteger seu direito soberano de proteger o interesse público.